quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Meu amigo Michael Jackson- Parte 57

Blanket estava dormindo e, enquanto Michael e eu olhávamos para ele, eu podia ver que ele era tão adorável como Prince e Paris tinham sido, nessa idade. Conforme eu olhava para Michael, o olhar que eu vi em seu rosto tornou aparente que os oito meses desde o nascimento de Blanket, tinham feito pouco para diminuir o seu entusiasmo pela paternidade.
De volta à biblioteca, Michael casualmente mencionou duas pessoas que, à nossa revelia, logo lhe causariam danos incalculáveis. O primeiro foi um homem chamado Martin Bashir, que, como Michael me disse naquele dia, estava filmando um documentário sobre ele.
Outro amigo de Michael, Uri Geller, um vidente que ficou famoso por sua habilidade de entortar colheres com a mente, tinha proposto a idéia a Michael, dizendo-lhe que fazer uma entrevista com um jornalista respeitado como Bashir iria ajudar as pessoas a entendê-lo e, assim, revolucionar a sua imagem.
Michael ficou particularmente impressionado quando Uri disse-lhe que a princesa Diana tinha feito uma entrevista com Bashir. Nos próximos anos, muitas pessoas, inclusive eu, iriam questionar todos os aspectos da decisão de Michael para participar no documentário de Martin Bashir.
Sinceramente, eu não sei as conversas exatas que convenceram Michael a ir em frente com o documentário, mas com base em como Michael falou sobre isso comigo, eu imagino que Uri e Bashir apelaram para o seu ego, dizendo:
'Michael, olhe para todas estas outras pessoas que já foram entrevistadas. Você é o Rei do Pop. O mundo conhece a sua música. Ele deve conhecê-lo. Sua vida é fascinante e esclarecedora.'
Embora ele possa ter sido cético, esse tipo de recurso teria tido um efeito sobre ele. Além disso, não é difícil para mim ver Michael na esperança de que o documentário colocasse fim ao Wacko Jacko, com o qual a imprensa o tinha atormentado, por tanto tempo.
Afinal de contas, eu posso imaginá-lo pensando que as pessoas tinham respondido tão bem ao discurso auto-revelador que ele fez na Universidade de Oxford, talvez, permitindo-se abrir novamente, um público maior o veria e entenderia quem ele realmente era.
'Você tem certeza disso?' Eu perguntei a ele, nem mesmo tentando esconder meu mal-estar.
Michael estava acostumado com a minha cautela.
'Sim, Frank' disse ele. 'Eu tenho tudo sob controle. Ele não pode liberar nada sem a minha aprovação.'
Ouvir essas palavras me fizeram sentir um pouco tranqüilo. Ele tinha dado a Bashir, que o acompanharia ao Prêmio Bambi, uma grande quantidade de acesso, mas pelo menos Michael seria capaz de aprovar o produto final. Afinal, se ele próprio tinha a palavra final, como ele poderia ser mal interpretado?
'Frank, você sabe o que você perdeu?' Michael perguntou, afastando-me de minhas dúvidas sobre as intenções de Bashir. 'Gavin esteve no rancho um par de dias atrás.'
O Gavin a quem ele se referia era alguém em quem eu não pensava há algum bom tempo. Em 2000, quando Gavin Arvizo tinha dez anos, ele foi diagnosticado com câncer. Michael tinha ouvido falar do seu caso e arranjou uma unidade de sangue para ele.
Em resposta, Gavin expressou seu desejo de conhecer Michael, então Michael o convidou para Neverland em várias ocasiões durante o ano. Na época, o menino andava com muletas e estava enfraquecido por causa da quimioterapia.
Michael tentou ajudá-lo, dando-lhe afirmações positivas para ler todos os dias. Ele encorajou-o a combater o câncer, prometendo-lhe mais visitas ao rancho, se ele pudesse lidar com a viagem. Além do apoio moral, Michael também deu apoio financeiro para Gavin e sua família.
Gavin era apenas uma das muitas crianças que Michael tentou ajudar, e enquanto a maioria dos pais das crianças era extremamente gentil e agradecida por seus esforços, os pais de Gavin me davam arrepios, desde o primeiro dia.
Inicialmente, eu não poderia apontar o dedo sobre nada específico, mas era apenas uma intuição. Em seguida, no entanto, em uma das primeiras visitas da família, David, o pai, pediu-me dinheiro para comprar um carro. Embora tivessem ido para Neverland apenas um par de vezes, Michael já tinha feito muito pela família, e eu sabia que distribuir dinheiro era um negócio muito complicado.
'Nós não vamos lhe dar dinheiro', disse eu 'mas eu vou falar com Michael para saber se há um carro extra, podemos emprestá-lo.'
Após ele sair, nós realmente encontramos um - Michael deu à família um caminhão beatup que não estava sendo utilizado. Mas esse fato que eu testemunhei com David já era uma grande bandeira vermelha. Depois de tudo o que Michael tinha passado com a família de Chandler, eu estava sempre atento à famílias que quisessem explorá-lo.

Créditos a http://offthewall.forumeiros.com

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